Elaborar um projeto é, antes de mais nada, contribuir para a solução de problemas, transformando ideias em ações.
Por Robertto Onofrio - Contabilista e Gestor Financeiro de Projetos socioculturais, em especial para o Terceiro Setor.
Via de regra organizações públicas e privadas do segmento cultural ao redor do mundo denominam “projetos” instrumentos que tem pouco a ver com um verdadeiro projeto (uma sequência de atividades dirigidas à geração de um produto e/ou serviço em um tempo predeterminado), pois ocorreu uma certa banalização no termo, confundindo-se com listagem, processo, arrolamentos, etc.
Todo projeto é uma organização temporária por natureza e contempla alguns termos-chave, tais como: objetividade, coerência, relevância, transitório, produto/serviço, singularidade e complexidade. Existem vários “bons projetos” que não avançam por problemas em sua formatação, ou seja, projetos mal elaborados, pois alguns produtores, artistas e outros empreendedores culturais e/ou sociais com expertise em suas áreas de atuação, todavia com muita carência na área técnica de elaboração de projetos (gestão, financeira, contábil. tributária, etc), resultando assim em relatórios, narrativas, orçamentos e outras peças não convincentes para analistas e/ou investidores.
Um projeto surge em resposta a um problema concreto. Elaborar um projeto é, antes de mais nada, contribuir para a solução de problemas, transformando ideias em ações.
E sabedores desta carência no segmento, vimos propor este treinamento à produtores socioculturais e afins, artistas, profissionais de contabilidade e finanças, empreendedores, empresários, administradores, gerentes, profissionais liberais, servidores públicos, investidores e todos aqueles que queiram desenvolver e gerenciar projetos nas mais diversas áreas, objetivando que o participante conheça os principais aspectos e técnicas que garantem a elaboração de projetos organizados e eficazes, bem como a sua gestão durante a execução destes projetos e finalizando com sua prestação de contas e forma de contabilização na entidade proponente deste projeto.
Características de um projeto
Duração limitada - Um projeto necessariamente tem início, meio e fim, isto é, não há projeto por tempo indeterminado, ilimitado ou inespecífico. Pode durar uma semana, um mês ou um ano, mas sempre chegará ao fim, que é quando o objetivo para o qual foi criado é atingido, ou mesmo quando se constata que não há como realizá-lo.
Portanto, não confunda a natureza temporária do projeto com o tempo de vida do produto gerado por ele. O produto poderá ser duradouro e essa possibilidade dependerá de suas próprias características e finalidades.
Objetivo específico - Todo projeto tem como foco um objetivo específico, concreto e viável, que servirá de guia para a construção do conjunto de suas atividades e resultará no produto a ser gerado pelo projeto. Esse produto (serviço ou resultado) é único e não faz parte da atividade rotineira da organização que o propõe.
Recursos limitados - Os recursos humanos, financeiros e materiais de um projeto são limitados e deverão ser previamente definidos em função do tipo de projeto que será desenvolvido e das necessidades para a consecução do objetivo.
Autonomia - Os projetos são independentes e, portanto, deverão ser planejados, executados e geridos paralelamente às demais atividades da organização que os desenvolve. Um projeto requer uma estrutura administrativa própria, ainda que os profissionais envolvidos compartilhem atividades de outras ações e projetos.
Ciclo de vida de um projeto
Um projeto é dividido em fases, com características próprias, que juntas constituem o ciclo de vida do projeto. A estrutura básica desse ciclo compreende quatro fases: conceituação, planejamento, execução e conclusão. Normalmente, as fases são sequenciais e a sua quantidade dependerá das especificidades de cada projeto.
1. Conceitual - A ideia central é desenvolvida, a estruturação do projeto é iniciada e o seu escopo definido. Tem-se, portanto, uma visão geral do que se pretende produzir.
2. Planejamento - O projeto ganha corpo e todas as necessidades para que o objetivo seja atingido são identificadas, bem como definido o melhor caminho a ser percorrido. No final desta etapa, o projeto deverá ser cuidadosamente revisto e as alterações necessárias realizadas. Planejar é simplesmente antecipar as ações com base na observação e interpretação do contexto atual.
3. Execução - O projeto será posto em prática e os aspectos da eficiência e planejamento realizados são colocados à prova, já que as ações deverão ser seguidas à risca. Nesta etapa, serão realizados o acompanhamento e o controle das atividades, além dos ajustes, quando indispensáveis.
4. Conclusão - É quando se avalia se os objetivos e as metas do projeto foram devidamente alcançados. É nesta etapa que saberemos se o projeto teve êxito.
Fontes:
Projetos Culturais-Técnicas de Modelagem – Hermano Roberto ThuryCherques O Terceiro Setor na Gestão da Cultura – Carlos Gradim (Org.) Diversos Autores Manual do Patrocinador-Lei de Incentivo Fiscal à Cultura - Olivieri – Consultoria Jurídica em Cultura e Entretenimento Elaboração de Projetos de Parcerias com Organizações da Sociedade Civil - Eixo: Gestão Pública - Escola de Serviço Público do Espirito Santo – Esesp Site Selo Criativo – artigos sobre elaboração de projetos Manual de Elaboração e Gestão de Projetos Culturais para a Lei Federal de Incentivo à Cultura – Instituto Cultural Vale
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